Um novo sistema de inteligência artificial começa a ser usado para orientar ações de fiscalização na Amazônia. Desenvolvido por Raul Queiroz Feitosa, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), o modelo indica, com até 15 dias de antecedência, os pontos mais suscetíveis ao desmatamento.
Ferramenta já está disponível para órgãos de controle
Batizado de Deforestation Prediction System, o recurso opera na plataforma geográfica TerraBrasilis, mantida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A solução está liberada para uso do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e de municípios situados na região amazônica.
Como a IA funciona
O algoritmo cruza dados históricos do INPE — gerados por programas de monitoramento remoto como PRODES e DETER — para identificar fatores que precedem a derrubada da floresta. A partir desses indicadores, o sistema calcula a probabilidade de ocorrência de desmatamento e destaca as áreas que merecem maior atenção dos fiscais.
Redução de erros e apoio logístico
Segundo Feitosa, a nova metodologia deve diminuir entre 75% e 80% os erros de previsão em relação ao modelo anterior. A expectativa é otimizar recursos, já que as operações de campo envolvem deslocamentos caros por longas distâncias e regiões de difícil acesso.
Aplicações adicionais
Além de apontar locais sob ameaça de corte raso, a tecnologia também pode ser empregada para detectar incêndios e processos de degradação natural.
Imagem: streetflash
Próximos passos
Os próximos 12 meses servirão para medir o impacto real da ferramenta sobre os índices de devastação. De 1985 para cá, mais de 50 milhões de hectares de vegetação foram eliminados ilegalmente na Amazônia, número que reforça a urgência de iniciativas capazes de auxiliar na preservação do bioma.
Com informações de Olhar Digital
