O empresário Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó dos Bitcoins”, foi condenado a 19 anos e dois meses de reclusão pelos crimes de organização criminosa e corrupção ativa. A sentença foi publicada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na última quinta-feira, 2 de outubro.
Preso desde 2021 na Operação Kryptos da Polícia Federal, Santos chefiava a GAS Consultoria e Tecnologia, empresa que, segundo a investigação, prometia rendimentos de 10% ao mês em investimentos em criptomoedas. Ele estava detido na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR) e, em setembro, foi transferido para o presídio de segurança máxima Bangu 1, na capital fluminense.
Esquema teria movimentado R$ 38 bilhões
De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, a GAS foi aberta em 2015 e atraiu centenas de investidores. A estimativa é que o esquema, apelidado de Novo Egito pelas diversas pirâmides montadas, tenha movimentado R$ 38 bilhões, envolvendo outras três empresas ligadas ao réu.
O processo aponta que Santos liderava uma organização criminosa na Região dos Lagos (RJ) responsável por ameaças, crimes violentos e corrupção contra concorrentes ou qualquer pessoa que pudesse comprometer o negócio. Valores elevados eram pagos por meio de empresas de fachada, muitas em nome de terceiros, para dificultar rastreamentos.
Propina de R$ 150 mil a policiais
A denúncia ainda indica que o grupo desembolsou R$ 150 mil em propina para que agentes da Polícia Civil realizassem, em 2021, uma operação contra uma empresa concorrente, prejudicando sua reputação. Provas telemáticas registradas no processo mostram que Glaidson autorizou o pagamento e orientou seu braço-direito Daniel Aleixo Guimarães a negociar com os policiais.
No mesmo julgamento, Daniel Guimarães recebeu pena de 16 anos e quatro meses pelos mesmos delitos.
Imagem: Internet
Defesa vai recorrer
Em nota encaminhada ao portal g1, a defesa de Glaidson Acácio dos Santos afirmou respeitar a decisão, mas informou que apresentará recurso aos tribunais superiores. Segundo os advogados, o caso permanece “sujeito ao reexame judicial e análise técnica”.
O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou 17 pessoas na chamada Operação Novo Egito, deflagrada em 2022 pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O processo, entretanto, foi desmembrado, e a decisão agora divulgada envolve apenas Glaidson dos Santos e Daniel Guimarães.
Com informações de TecMundo
