Um decreto-lei editado em Portugal em 1937 instituiu o HCESAR como padrão obrigatório para todas as máquinas de escrever fabricadas ou importadas no país. O layout, batizado com as seis primeiras letras da fileira superior de teclas, nasceu durante a Ditadura Nacional e ficou conhecido como “teclado nacional”.
O objetivo principal era duplo. No campo linguístico, o governo pretendia concentrar no centro do teclado as letras mais utilizadas em português, agilizando a datilografia. No âmbito econômico e político, buscava-se proteger a indústria interna de máquinas de escrever, em especial a fábrica Messa, localizada em Mem Martins, diante da concorrência estrangeira.
Algumas teclas do HCESAR assumiam funções duplas e a inserção de símbolos especiais exigia combinações pouco diretas, prática comum à época. Apesar da proposta de aumentar a eficiência, o layout ficou fortemente associado ao método de digitação das antigas máquinas de escrever.
Durante mais de 30 anos, o HCESAR permaneceu como padrão oficial no país. A partir da década de 1970, porém, a chegada dos computadores e o avanço da globalização popularizaram o teclado QWERTY, que acabou substituindo o modelo português. Hoje, o HCESAR é lembrado como um marco tecnológico e histórico ligado ao regime que o criou.
Imagem: Internet
Com informações de Pplware
