O presidente do Fórum Econômico Mundial, Børge Brende, afirmou nesta quarta-feira (05) que o mercado deve monitorar de perto o avanço da inteligência artificial (IA) para evitar a formação de uma bolha que possa atingir tanto investidores quanto trabalhadores de escritório.
Três possíveis bolhas no radar
Durante encontro com jornalistas em São Paulo, Brende destacou três áreas suscetíveis a especulação excessiva: inteligência artificial, criptomoedas e dívidas soberanas. Segundo ele, os governos não registravam níveis de endividamento tão altos “desde 1945”.
O executivo lembrou que o entusiasmo recente com IA levou a aportes bilionários, muitas vezes sem considerar fatores macroeconômicos como juros elevados, inflação e volatilidade financeira. “As expectativas ignoraram riscos que agora balançam o mercado”, afirmou.
Impacto sobre empregos de escritório
Brende alertou que a adoção de IA, embora amplie a produtividade, pode facilitar a substituição de trabalhadores em funções administrativas. Ele citou cortes recentes anunciados por empresas como Amazon e Nestlé para ilustrar o movimento.
Para o dirigente, ganhos de produtividade são essenciais para elevar a prosperidade de longo prazo. “A produtividade é a única maneira de aumentar a prosperidade ao longo do tempo”, disse.
Imagem: SmileStudioAP
Quedas em ações de tecnologia
Na véspera, terça-feira (04), sete grandes empresas de tecnologia (Nvidia, Amazon, Apple, Microsoft, Tesla, Alphabet e Meta) registraram recuo nas bolsas dos Estados Unidos, apesar de divulgarem resultados positivos e planos de ampliar gastos em IA. O movimento reforçou a percepção de que o setor pode enfrentar uma correção caso o retorno dos investimentos demore a aparecer.
Analistas de bancos e gestores de fundos apontaram o episódio como mais um sinal das tensões em torno de uma possível bolha de IA.
Com informações de Olhar Digital
