Biólogos marinhos da Universidade Griffith, na Austrália, registraram rêmoras (Remora australis) “viajando” sobre o dorso de uma baleia-jubarte durante monitoramento na costa leste do país. As imagens foram obtidas com câmeras de sucção instaladas no cetáceo para estudar seus padrões de migração.
Parceria sem danos
Segundo o cientista marinho Dr. Olaf Meynecke, co-líder do Programa de Pesquisa sobre Baleias e Clima da instituição, a presença dos peixes já era esperada. As rêmoras utilizam ventosas naturais na cabeça para se fixar em animais maiores, economizando energia no deslocamento e alimentando-se de organismos que se acumulam na pele da jubarte.
O pesquisador destacou que a interação é considerada inofensiva: além de não prejudicar o hospedeiro, as rêmoras ajudam a remover parasitas como piolhos-do-mar e pequenos crustáceos.
Incômodo para a baleia
Ainda que mutuamente benéfica, a convivência nem sempre agrada à baleia. Meynecke relatou casos em que até 50 peixes-ventosa permaneciam grudados no animal. Em algumas ocasiões, os pesquisadores observaram o cetáceo saltando fora da água possivelmente para tentar desalojar os “passageiros” antes de verificar se eles ainda estavam presentes.
Imagem: Universidade Griffith
Próximos passos da pesquisa
Os equipamentos instalados devem esclarecer não só as rotas migratórias da baleia-jubarte, mas também detalhes sobre o ciclo de vida das rêmoras, como o tempo que permanecem no mesmo hospedeiro e se acompanham o cetáceo até a Antártida.
Com informações de Olhar Digital
