Um experimento conduzido pelo Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (RMIT), na Austrália, demonstrou que esporos da bactéria Bacillus subtilis suportam forças de lançamento, microgravidade e reentrada na atmosfera terrestre, fatores considerados críticos para missões tripuladas de longa duração.
Os resultados, publicados na revista Nature Partner Journals Microgravity na segunda-feira (6), indicam que o microrganismo — essencial à imunidade, ao equilíbrio intestinal e à circulação sanguínea humanos — pode viajar com astronautas até o Planeta Vermelho sem perder viabilidade.
Como foi o teste
• Transporte: esporos de Bacillus subtilis embarcaram em um foguete de sondagem M15-59 lançado da Austrália.
• Forças suportadas: durante a subida, os microrganismos enfrentaram acelerações de até 13 g; em órbita suborbital, permaneceram mais de seis minutos em microgravidade a cerca de 260 km de altitude; na reentrada, a carga registrou até 30 g enquanto girava 220 vezes por segundo.
Resultados laboratoriais
De volta ao solo, análises microscópicas revelaram que a morfologia dos esporos permaneceu inalterada. Cultivos em laboratório confirmaram germinação e crescimento iguais aos de amostras controle mantidas na Terra.
Implicações para missões a Marte
Segundo a coautora Elena Ivanova, o estudo amplia a compreensão sobre a sobrevivência de microrganismos benéficos em voos espaciais prolongados. A pesquisadora destaca que a presença de Bacillus subtilis pode integrar sistemas de suporte à vida projetados para viagens de anos entre a Terra e Marte.
Imagem: Gail Iles
A especialista em ciências espaciais Gail Iles, também do RMIT, afirmou que os dados oferecem base para desenvolver soluções de saúde a bordo e para novos experimentos biotecnológicos em microgravidade.
Com informações de Olhar Digital
