Salvador (BA) – A BYD abre oficialmente nesta quinta-feira (2), às 11h30, sua primeira fábrica de veículos eletrificados no Brasil, instalada no Polo Petroquímico de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.
A cerimônia de inauguração reúne o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o presidente da BYD, Wang Chuanfu; e o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
Estrutura e investimento
Levantada no terreno que pertenceu à Ford até 2021, a planta recebeu investimento de R$ 5,5 bilhões e ocupa 4,6 milhões de metros quadrados. Na primeira fase, a capacidade de produção é de 150 mil veículos por ano, com projeção de dobrar esse volume posteriormente. A expectativa é gerar até 20 mil empregos diretos e indiretos.
Segundo a montadora chinesa, a linha de montagem utiliza robôs para operações como instalação de vidros e fixação de baterias, mantendo o nível de ruído abaixo de 70 decibéis. O processo de montagem seguirá o modelo SKD (Semi Knocked-Down), no qual partes dos veículos vêm do exterior e são assembladas no país; etapas de pintura e soldagem deverão ser nacionalizadas gradualmente.
Três frentes de produção
O complexo abriga unidades para:
- montagem de carros elétricos e híbridos;
- produção de caminhões e chassis de ônibus;
- processamento de insumos de baterias, como lítio e ferro-fosfato.
Primeiros modelos
Na largada, sairão da linha o elétrico BYD Dolphin Mini e os híbridos Song Pro (GL/GS) e King (GL/GS). O Dolphin Mini lidera as vendas de elétricos no país, com mais de 34 mil unidades emplacadas.
A fábrica também desenvolverá o motor híbrido flex 1.5 DM-i, projetado para funcionar com gasolina e etanol, em parceria de engenheiros chineses e brasileiros.
Imagem: Olhar Digital
Questões trabalhistas e reação do setor
Durante a construção, o Ministério do Trabalho e Emprego apurou a contratação irregular de 471 trabalhadores chineses, dos quais 163 foram resgatados em condições análogas à escravidão. Relatórios oficiais apontaram alojamentos precários, com camas sem colchão e até 31 pessoas dividindo um único banheiro.
A rápida expansão da BYD provocou críticas de montadoras instaladas no Brasil. Sob pressão da Anfavea, o governo antecipou para janeiro de 2027 a alíquota de 35% de imposto de importação sobre veículos elétricos e híbridos, inicialmente prevista para julho de 2028. Em resposta, a empresa lançou campanha para nacionalizar mais de 50% das peças até 2027 e vem cadastrando fornecedores brasileiros, enquanto mantém a produção em SKD.
Com a inauguração, a BYD consolida sua presença industrial no país e inicia a entrega dos primeiros modelos montados em território baiano.
Com informações de Olhar Digital
