Câmara aprova cobrança sobre receita de serviços de streaming e redes sociais

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, o projeto de lei que determina a cobrança de Condecine sobre o faturamento de plataformas de streaming e redes sociais que exibem vídeos no Brasil, encerrando um intervalo de cerca de 30 anos sem regulamentação específica para o setor.

Como fica a tributação

O tributo incidirá de forma progressiva sobre a receita bruta anual de cada empresa. Empresas com faturamento de até R$ 4,8 milhões ficam isentas. Acima desse valor, as alíquotas são as seguintes:

  • 0,5% até R$ 24 milhões
  • 1% até R$ 100 milhões
  • 2% até R$ 250 milhões
  • 3% até R$ 350 milhões
  • 4% acima de R$ 350 milhões

Netflix e Prime Video, que superam a faixa de R$ 350 milhões, pagarão a alíquota máxima de 4%. Já redes sociais como YouTube, TikTok e Instagram entram em categoria diferenciada, com taxa fixa de 0,8%.

Incentivos para conteúdo nacional

Para estimular a produção local, o texto permite reduzir em até 60% o valor do tributo quando a plataforma investir em obras brasileiras. Além disso, o catálogo deverá manter ao menos 10% de títulos nacionais, sendo metade deles de produtoras independentes ou, alternativamente, 350 obras diferentes.

Prazos para estreia de filmes

O projeto estipula intervalo mínimo de nove semanas entre o lançamento de um filme nos cinemas e sua exibição nas plataformas, medida voltada a preservar a receita das salas de exibição. Conteúdos jornalísticos, religiosos, educativos, sem fins lucrativos e eventos esportivos ficam fora da nova regra.

Próximos passos

O placar da votação registrou 330 votos favoráveis, 118 contrários e 3 abstenções. O texto segue agora para análise do Senado e, se aprovado, dependerá de sanção presidencial. Durante a tramitação na Câmara, a alíquota máxima prevista foi reduzida de 6% para 4%.

Os recursos arrecadados serão destinados ao Fundo Setorial do Audiovisual (Condecine), responsável por financiar produções nacionais. Pelo menos 30% desse montante deverá ser aplicado em projetos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Não há definição sobre repasse do novo custo aos assinantes; a decisão ficará a cargo de cada plataforma.

Com informações de Hardware.com.br