China coloca em órbita constelação que promete o primeiro supercomputador de IA no espaço

A China começou, em maio de 2025, a implantação da Three-Body Computing Constellation, rede de satélites que deve funcionar como o primeiro data center de inteligência artificial (IA) em órbita. Concebido para executar até mil petaoperações por segundo, o sistema pretende processar dados no espaço e enviar à Terra apenas resultados já analisados.

Energia solar constante e refrigeração natural

No ambiente orbital, painéis solares recebem luz 24 horas por dia, poupando a rede elétrica terrestre. Ao mesmo tempo, o vácuo frio do espaço serve de sistema de refrigeração, eliminando o consumo intensivo de água típico dos data centers convencionais.

Motivações ambientais e logísticas

O projeto responde a duas pressões simultâneas: a escalada no consumo de energia e água pelos centros de dados em solo e o volume crescente de informações geradas por satélites. Ao analisar imagens e medições ainda em órbita, a China busca reduzir a largura de banda necessária para transferir arquivos brutos e acelerar a tomada de decisões em aplicações como vigilância, meteorologia e monitoramento ambiental.

Desafios técnicos e financeiros

Operar um supercomputador fora da Terra traz obstáculos consideráveis. Componentes eletrônicos devem resistir à radiação e a variações extremas de temperatura. Qualquer reparo exige missões complexas e caras, e a expansão da infraestrutura para volumes semelhantes aos dos grandes data centers terrestres demandaria estruturas ainda maiores e mais potentes.

Pioneirismo e incertezas

A Three-Body Computing Constellation representa a primeira iniciativa em escala operacional para testar data centers espaciais, conceito que até então permanecia em estudos de governos e empresas. Embora projetos semelhantes sejam discutidos nos Estados Unidos e na União Europeia, a China é o primeiro país a lançar satélites dedicados à ideia.

Especialistas veem na constelação um experimento decisivo para avaliar se a órbita pode abrigar, de forma sustentável e economicamente viável, a infraestrutura que sustenta sistemas de IA em rápida expansão.

Com informações de Olhar Digital