Depois da Superlua observada na terça-feira (7), o céu noturno reserva mais dois eventos astronômicos nos próximos dias: as chuvas de meteoros Dracônidas e Táuridas do Sul. A passagem da Terra por nuvens de detritos deixados por cometas promete riscar a atmosfera entre quarta-feira (8) e sexta-feira (10).
Dracônidas: pico na quarta-feira
A chuva Dracônidas é formada por fragmentos do cometa 21P/Giacobini-Zinner. O radiante situa-se na constelação de Draco, próxima à cabeça do “dragão”. Ativa todos os anos de 6 a 10 de outubro, alcança o ápice em 8 de outubro, de acordo com o guia InTheSky.org.
No Hemisfério Sul, a observação é difícil porque Draco é uma constelação do norte celeste. “Será muita sorte se alguém no Brasil conseguir registrar algum meteoro, ainda mais com a Lua cheia”, afirma Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia e diretor técnico da Bramon. Mesmo no Hemisfério Norte, normalmente aparecem apenas um ou dois meteoros por hora.
A taxa considerada “menor” — cerca de 10 meteoros por hora — pode, eventualmente, aumentar. Para este ano há previsão de um surto breve na noite de 8 de outubro, que poderia elevar a contagem para cerca de 150 meteoros por hora nos melhores locais do hemisfério norte.
Táuridas do Sul: atividade prolongada
A chuva Táuridas do Sul vem de fragmentos do cometa 2P/Encke e permanece ativa de 10 de setembro a 20 de novembro. A Organização Internacional de Meteoros (IMO) aponta uma máxima antecipada para sexta-feira (10). Na data, a Lua estará 79% iluminada, em fase minguante gibosa, o que tende a ofuscar os meteoros.
O pico oficial ocorre em 5 de novembro — também durante Lua cheia e Superlua —, mas a melhor janela de observação deve ser entre 21 e 29 de outubro, período de Lua nova. Como os detritos dessa chuva são relativamente grandes, é comum o aparecimento de bolas de fogo, meteoros extremamente brilhantes que podem superar o brilho de Vênus.
Imagem: Internet
O radiante está na constelação de Touro, perto da estrela alaranjada Aldebaran, deslocando-se lentamente ao longo das semanas e podendo parecer próximo do limite entre Touro e Cetus no início da atividade.
Dicas de observação
Para tentar ver as duas chuvas, astrônomos recomendam afastar-se da poluição luminosa urbana. A Dracônidas favorece o início da noite, até cerca de 20h; já a Táuridas do Sul costuma render melhores registros entre 1h e 3h da manhã, quando seu radiante está mais alto.
Aplicativos como Stellarium, Star Walk, Sky Safari ou SkyView podem facilitar a localização das constelações Draco, Touro e Cetus, aumentando as chances de captar as chamadas “estrelas cadentes”.
Com informações de Olhar Digital
