Lisboa, 6 de novembro de 2025 – A Heineken vai implantar na fábrica da Central de Cervejas e Bebidas, em Vialonga, a maior bateria térmica já utilizada pela indústria de bebidas. O equipamento, desenvolvido pela norte-americana Rondo Energy em parceria com a EDP, terá capacidade de 100 MWh e fornecerá 7 MW de vapor renovável de forma contínua, eliminando o consumo de combustíveis fósseis nessa etapa do processo cervejeiro.
Como funcionará o sistema
A bateria térmica da Rondo utiliza tijolos refratários aquecidos por eletricidade proveniente de fontes renováveis. Esses blocos atingem temperaturas superiores a 1.000 °C e, posteriormente, liberam calor em forma de vapor de alta pressão, sem combustão e sem emissões. Diferente das baterias químicas, o sistema não requer metais raros, apresenta baixa degradação e pode operar por décadas com manutenção mínima.
Fontes de energia renovável
O abastecimento elétrico virá de uma usina solar de 7 MW a ser construída no local e de um contrato de longo prazo para compra de energia limpa da rede. A bateria será carregada principalmente nas horas de menor custo da eletricidade, entre o meio-dia e o pôr do sol, armazenando o excedente para uso noturno ou em picos de demanda.
Modelo de negócios
A operação seguirá o formato “Heat-as-a-Service”. Nesse arranjo, a Heineken não adquire o equipamento nem a planta solar; paga apenas pelo vapor livre de carbono. A Rondo fornece a tecnologia e a EDP gerencia a geração fotovoltaica, a conexão à rede e a entrega do calor.
Apoio financeiro e expansão
O projeto conta com 75 milhões de euros do Banco Europeu de Investimento e do programa Breakthrough Energy Catalyst, verba destinada a difundir a tecnologia em outras instalações industriais europeias. A unidade de Vialonga será a primeira referência em larga escala para o setor de bebidas no continente.
Perspectiva para a Península Ibérica
Imagem: Internet
Com grande disponibilidade de sol e queda nos preços da energia fotovoltaica, Portugal e o restante da Península Ibérica reúnem condições favoráveis para a adoção de baterias térmicas. Além de reduzir emissões, a tecnologia pode ajudar a estabilizar a rede elétrica ao absorver excedentes de geração renovável.
Com a nova bateria de 100 MWh, a Heineken pretende tornar a produção em Vialonga totalmente livre de combustíveis fósseis na geração de vapor, dando um passo decisivo rumo à neutralidade de carbono em suas operações.
Com informações de Pplware
