Um grupo de cientistas encontrou altas concentrações do isótopo enxofre-33 (S33), nunca observado na Terra, em rochas lunares coletadas pela missão Apollo 17. O resultado está na edição de setembro da revista científica JGR: Planets.
Mais de 50 anos armazenadas
As amostras analisadas foram retiradas em 1972 pelos astronautas da última missão tripulada à Lua e permaneceram seladas para o programa Apollo Next Generation Sample Analysis (ANGSA), da NASA. Só recentemente os compartimentos foram abertos, permitindo novos estudos.
Impressão digital diferente da terrestre
Segundo o líder da pesquisa, o geólogo James Dottin, da Universidade Brown, esperava-se que a assinatura isotópica do enxofre lunar fosse semelhante à terrestre, a exemplo do que ocorre com os isótopos de oxigênio. Entretanto, os valores encontrados “são muito diferentes de tudo o que existe em nosso planeta”, relatou o cientista.
Como o S33 pode ter surgido
Os pesquisadores propõem duas explicações principais:
Imagem: NASA
- Processos químicos antigos na Lua – o S33 pode ter sido produzido quando enxofre na superfície interagiu com luz ultravioleta em uma atmosfera rarefeita e temporária do satélite. Posteriormente, esse material teria sido transportado ao manto lunar.
- Herança do impacto que formou a Lua – o isótopo poderia ser resquício de Theia, planeta do tamanho de Marte que teria colidido com a Terra há cerca de 4,5 bilhões de anos, gerando os detritos que originaram a Lua.
Próximos passos
Dottin afirma que mapear a distribuição do S33 em diferentes regiões do manto lunar ajudará a esclarecer a formação do satélite natural e fornecerá pistas sobre a evolução inicial do Sistema Solar.
Com informações de Olhar Digital
