Uma mancha solar incomum, identificada como AR4220, vem sendo observada de perto por astrônomos após exibir um contorno escuro envolvendo um centro mais claro, o oposto do padrão normalmente visto na superfície do Sol. O fenômeno foi registrado em 19 de setembro de 2025 por observadores nos Estados Unidos e acendeu o alerta para a possibilidade de erupções solares.
Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), manchas solares costumam apresentar um núcleo escuro chamado umbra, circundado por uma área mais clara, a penumbra. No caso de AR4220, esse contraste está invertido, formando um anel escuro ao redor de um interior brilhante. A plataforma Spaceweather.com atribui a aparência a uma pluma de plasma que afasta os campos magnéticos habituais, gerando um núcleo mais quente dentro de um contorno mais frio.
Fotos feitas por Frank J. Melillo, em Holtsville, Nova York, comparam a estrutura a um kiwi partido ao meio. Outras imagens captadas em 19 de setembro reforçam o crescimento do agrupamento, que reúne 19 manchas e cobre cerca de 290 milionésimos do hemisfério solar — área estimada em 884 milhões de quilômetros quadrados, quase o dobro da superfície terrestre.
Localizada no quadrante sudoeste do Sol, AR4220 exibe configuração magnética do tipo gama, caracterizada por polos opostos próximos entre si. Embora tenha encolhido, a região continua complexa e sob vigilância constante por apresentar maior propensão a liberar explosões.
Imagem: Frank J. Melillo via Spaceweather.com
Probabilidade de atividade
De acordo com o rastreador Sky-Tonight, a chance de erupções de classe C (fracas) é de 65%. Já eventos de classe M (moderados) têm 25% de probabilidade, enquanto as fortes explosões de classe X correspondem a 5%. Caso ocorra alguma ejeção de massa coronal, a expectativa é de que o material atinja a Terra apenas de forma tangencial, já que o grupo de manchas está prestes a girar para o lado oculto do Sol.
Com informações de Olhar Digital