Ciência explica por que peixes sentem sede e como bebem água

Mesmo cercados por água, os peixes precisam regular constantemente a quantidade de líquidos e sais no organismo. Esse processo, chamado de homeostase, determina se eles sentem sede e de que maneira consomem ou eliminam água para sobreviver.

Por que a sede existe nos peixes

Segundo o biólogo marinho Tim Grabowski, da Universidade do Havaí, há um fluxo permanente de água e sais entre o corpo do peixe e o ambiente. Para manter o equilíbrio interno, o organismo recorre à osmose, mecanismo que controla a passagem de água pelas células.

Peixes de água salgada

No mar, a concentração de sódio é maior do que no sangue dos peixes. Isso faz com que eles percam água para o ambiente e, portanto, “vivam com sede”. Para compensar, ingerem grandes quantidades de água do mar e contam com células de cloreto nas brânquias que bombeiam o excesso de sal para fora do corpo. Como resultado, urinam com pouca frequência. Entre as espécies marinhas citadas estão o peixe-leão, que pode atingir 15 anos de vida, e o peixe-anjo-imperador, conhecido pelas cores vibrantes que mudam ao longo do tempo.

Peixes de água doce

Nos rios e lagos, a salinidade é baixa. Nessa condição, a água tende a entrar no corpo do peixe como se ele fosse uma esponja. Para evitar excesso de líquido, essas espécies quase não bebem — exceto quando engolem água junto com o alimento — e urinam continuamente para eliminar o excedente. Paralelamente, desenvolveram adaptações fisiológicas que ajudam a reter sais essenciais.

A dinâmica entre sede, ingestão de água e eliminação de líquidos varia, portanto, conforme o habitat. Enquanto os peixes marinhos precisam beber e expelir sal para sobreviver à alta salinidade, os de água doce focam em liberar água e preservar sais dentro do corpo.

Com informações de Olhar Digital