Uma semana após o prazo de 30 de setembro de 2025, data prevista para o fim das operações da sonda Juno, a NASA não divulgou qualquer atualização sobre o futuro da missão que há mais de nove anos estuda Júpiter e suas principais luas. O site oficial da agência indica somente que os trabalhos deveriam se estender “até 30 de setembro”, sem menção a possível prorrogação.
Lançamento e trajetória
Enviada ao espaço em 2011, Juno entrou na órbita do gigante gasoso em 5 de julho de 2016. O plano inicial previa 20 meses de atividade científica, mas sucessivas extensões permitiram quase uma década de pesquisas detalhadas sobre a atmosfera, o interior e os campos gravitacional e magnético de Júpiter.
Objetivos científicos
Durante a missão, a espaçonave:
- mediu a presença de água e amônia nas camadas profundas da atmosfera;
- mapeou campos gravitacional e magnético para investigar o núcleo e o hidrogênio metálico do planeta;
- analisou fenômenos atmosféricos, como ventos intensos, tempestades e a Grande Mancha Vermelha;
- examinou polos e auroras para compreender a interação de partículas energéticas;
- realizou sobrevoos de Io, Europa, Ganimedes e Calisto, coletando dados sobre geologia, gelo, oceanos subterrâneos e atividade vulcânica.
Extensões recentes
A última prorrogação, anunciada em 2021, autorizou operações até 30 de setembro de 2025 e ampliou a agenda científica, incluindo inspeções do tênue sistema de anéis joviano. Nos anos seguintes, Juno registrou imagens detalhadas de Júpiter, contribuiu com informações para a futura missão Europa Clipper — lançada em outubro de 2024 e com chegada prevista em 2030 — e continuou a mapear o ambiente magnético do planeta.
Incerteza orçamentária
A ausência de posicionamento oficial coincide com a paralisação parcial do governo dos Estados Unidos. Nessa condição, projetos que não se enquadram como “essenciais” podem ter verbas suspensas, e não há garantia de financiamento para a sonda em 2026. Assim, o status atual da espaçonave permanece indefinido.
Imagem: NASA s Shutterstock
Até que a NASA esclareça se a missão foi encerrada ou se receberá uma nova extensão, a comunidade científica aguarda para saber se haverá intervalo de anos nas observações de Júpiter — lacuna que poderia permanecer até a chegada da Europa Clipper.
Com informações de Olhar Digital
